AUTO RETRATO DO CEASA PAULISTANO PELOS SEUS ATACADISTAS
O Entreposto Terminal de São Paulo é um dos maiores entrepostos de abastecimento de frutas e hortaliças frescas do mundo.
O levantamento da percepção do atacadista, permissionário do ETSP, sobre o seu negócio é o caminho mais curto e eficiente para compreender o funcionamento do mercado e traçar estratégias de melhoria do nosso entreposto e ou a construção de um novo.
O Centro de Qualidade, Pesquisa e Desenvolvimento da CEAGESP vem realizando a cada dois anos, desde 2005, entrevistas com permissionários e compradores do ceasa paulistano.
Aqui estão os resultados de 2017, nos diferentes grupos de pavilhões do ETSP da CEAGESP, das respostas referentes à utilização de diferentes tipos de negociação na venda do seu produto (Tabela 01), a proporção de utilização da paletização na movimentação do seu produto no recebimento do produtor e na entrega ao comprador Tabela 02 e 03), a prestação de serviço de entrega do produto ao comprador (Tabela 04), a utilização de embalagens retornáveis (Tabela 05), o número de fornecedores em cada época (Tabela 06) e a importância da produção própria no fornecimento.
Tabela 01. Destino % das frutas e hortaliças por equipamento de destino | ||
Categoria | Total | Sem MLP |
Varejo tradicional | 44 | 48 |
Varejo de rua | 28 | 27 |
Distribuidor | 9 | 9 |
Atacadista | 8 | 8 |
Restaurante | 7 | 9 |
Outros | 1 | 1 |
A comunicação não presencial já predomina na negociação de venda do atacadista com o seu comprador. O sistema exige confiança do comprador no vendedor, exige a descrição adequada da qualidade e do tamanho do produto, do que afina significa 3A ou tipo 12, exige a existência de uma linguagem de caracterização mensurável de qualidade e tamanho, como a desenvolvida pelo ‘Programa Brasileiro para a Modernização da Horticultura’ desde 1998, operacionalizada pela CEAGESP e disponível para todos. As ‘Normas de Clássificação de Abobrinha’ são o nosso último lançamento.
Tabela 02. Destino % das frutas e hortaliças por equipamento de destino, por pavilhão | |||||||
Equipamento | AM | AP | BP | HF | MF | MLP | MSC |
Varejo tradicional | 49 | 45 | 50 | 50 | 49 | 28 | 50 |
Varejo de rua | 7 | 36 | 12 | 25 | 31 | 33 | 27 |
Atacadista | 5 | 8 | 5 | 13 | 5 | 10 | 4 |
Distribuidor | 12 | 6 | 17 | 9 | 8 | 12 | 12 |
Restaurante | 26 | 4 | 16 | 3 | 6 | 15 | 5 |
Outros | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 | 1 |
Tabela 03. Evolução do destino das frutas entre 2015 e 2017, sem o MLP | |||||||
Equipamento | 2015 | 2017 | |||||
Varejo tradicional | 55 | 48 | |||||
Varejo de rua | 16 | 27 | |||||
Distribuidor | 12 | 9 | |||||
Restaurante | 2 | 9 | |||||
Atacadista | 15 | 8 | |||||
Outros | 0 | 1 |
A paletização é uma técnica que permite a consolidação da carga em uma unidade de grande volume e o seu transporte mecanizado. A adoção da paletização (consolidação e unitização de carga) é sinônimo de progresso, de eficiência, menor esforço físico, menores danos ao produto, de agilidade, de facilidade de controle e gestão. A adoção da paletização é, considerada por técnicos de todo o mundo todo, como uma técnica imprescindível na produção e na comercialização e só vai crescer.
Os números são irrefutáveis. A adoção da paletização é irreversível. A baixa adesão à paletização por alguns pavilhões como os BPs surpreende considerando que os seus principais produtos batata, cebola e alho, passam por barracões de classificação e que as sacarias de batata e cebola são pesadas e de difícil movimentação e que a sua movimentação manual é causa de danos mecânicos e consequente perda de qualidade e de tempo de prateleira.
Tabela 04. Proporção % do destino das frutas e hortaliças | ||
Pavilhão | Total | Sem MLP |
Capital SP | 60 | 57 |
RMSP - Capital SP | 16 | 16 |
RMSP | 76 | 73 |
Outros estados | 12 | 13 |
Interior SP | 7 | 8 |
Litoral SP | 5 | 6 |
Exportação | 0,24 |
0,30 |
A transformação do atacadista no responsável pela logística de entrega do produto ao comprador é uma tendência que deve crescer, considerando-se a atual proporção de compra a distância e as dificuldades de movimentação interna e externa. Os resultados dos nossos últimos levantamentos com os compradores mostram que eles permanecem no mercado entre 6 e 8 horas, um tempo longo demais especialmente para quem trabalha com produtos perecíveis frescos.
Tabela 05. Participação % por local de destino por grupo de pavilhões | |||||||
Pavilhão | AM | AP | BP | HF | MF | MLP | MSC |
Capital | 52 | 65 | 67 | 50 | 55 | 72 | 53 |
RMSP - Capital | 14 | 15 | 15 | 12 | 20 | 17 | 11 |
RMSP - Capital | 67 | 80 | 82 | 62 | 75 | 89 | 64 |
Outros estados | 23 | 10 | 5 | 21 | 10 | 6 | 18 |
Interior SP | 4 | 4 | 9 | 10 | 9 | 3 | 13 |
Litoral SP | 6 | 6 | 5 | 7 | 5 | 2 | 3 |
SP - RMSP | 10 | 10 | 14 | 17 | 15 | 5 | 16 |
Exportação | 0,29 | 0,00 | 0,00 | 0,11 | 0,63 | 0,00 | 1,67 |
Tabela 06. Evolução do local de destino das frutas entre 2015 e 2017, sem o MLP | |||||||
Destinos | 2015 | 2017 | |||||
RMSP | 61 | 73 | |||||
Interior paulista | 21 | 14 | |||||
Outros estados | 18 | 13 | |||||
Outros países | 0 | 0 |
A utilização de embalagens retornáveis, que voltam para o atacadista é alta, de gestão difícil e problemática. Aqui não estão as embalagens reutilizáveis como os engradados e as caixas K, que vão e voltam, mas retornam para diferentes usuários.
Consumidores e compradores acham normal que as frutas e hortaliças estejam sempre disponíveis. Eles não imaginam o esforço e o custo necessário para que a cada dia o fornecimento aconteça. O produto precisa vir de diferentes regiões em diferentes épocas do ano, enfrentamos mudanças de clima, estradas ruins, pragas e doenças imprevistas,... Aqui está o número médio de fornecedores por atacadista, necessários em uma determinada época. No ano será multiplicado por cinco ou seis – são necessários fornecedores de diferentes regiões para garantir o abastecimento do ano todo.
A proporção % de produção própria mostram o engajamento direto do atacadista na produção, mas não mede o seu envolvimento no financiamento da produção.
A maior parte dos atacadistas (65%) não possuem produção própria, 11% só vendem a própria produção e 19% produzem mais de 60% do volume que comercializam no ETSP. Os números são muito significativos quando consideramos o grande volume e diversidade de frutas hortaliças aqui comercializadas.
Centro de Qualidade, Pesquisa & Desenvolvimento da CEAGESP
Agosto de 2017
Estudos do comportamento do mercado e dos seus agentes.
Marina Diogo Prandini Tonel
Marina Ribeiro Mathias Duarte Barbeiro
Patrícia Soares da Silva
Sabrina Leite de Oliveira
Thiago de Oliveira
Comentários de Anita de Souza Dias Gutierrez
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